Por que os homens ainda são resistentes em cuidar da saúde?

O mês de novembro é marcado pelo Novembro Azul, uma campanha que visa conscientizar os homens e voltar a atenção desse público para um cuidado maior com a saúde, especialmente de forma preventiva. 

Por aqui você encontra um artigo que fala sobre a importância do homem cuidar da própria saúde e a importância de manter uma rotina de cuidados preventivos. O objetivo é realmente mostrar ao público masculino que é indispensável manter bons hábitos, além de quebrar os tabus de que os homens têm de buscar atendimento médico antes de apresentar sintomas. 

Mas, você já se perguntou por que os homens são mais resistentes em cuidar da saúde, especialmente quando falamos sobre cuidados preventivos? Hoje vamos falar sobre isso e alertar o público masculino, mais uma vez, sobre a importância de manter hábitos saudáveis e cuidar da saúde. 

Números que preocupam 

Os índices mostram que o número de homens que procuram pelos serviços de saúde para uma consulta preventiva é 30% menor do que o número de mulheres que buscam por esse atendimento. 

Não é à toa que os homens vivem, em média, 7,5 anos a menos que as mulheres. Além disso, o público masculino também apresenta maiores índices de doenças do coração, câncer, diabetes e colesterol. Além disso, cerca de 70% dos homens acham que estão bem ou muito bem de saúde. 

Uma pesquisa feita no Centro de Referência da Saúde do Homem de São Paulo apontou que 60% dos pacientes que chegam até o serviço já estão com alguma doença em estágio avançado. Isso se deve, na maioria dos casos, pela falta de condutas preventivas, seja pela busca de atendimento médico de forma rotineira ou pelos maus hábitos. 

Além disso, a construção social que inicia ainda na infância dos meninos e meninas também influencia nisso. Homens geralmente são vistos como mais fortes, mais resistentes e isso pode refletir no descuido com a saúde. 

Um estudo feito e publicado pela revista Saúde intitulado “Um novo olhar para a saúde do homem”, com apoio da área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril e pelo Instituto Lado a Lado pela Vida ouviu 2.405 brasileiros de todas as regiões do país e apresentou dados preocupantes. 

Os principais pontos da pesquisa mostram que:

  • Quase 40% dos homens de até 39 anos só buscam atendimento médico quando se sentem mal;
  • Esse percentual cai para 20% quando se trata dos homens com mais de 40 anos;
  • Apenas 33% dos entrevistados vão ao médico uma vez ao ano. 

Saber que grande parte dos homens busca atendimento médico apenas em situações emergenciais é algo preocupante. Isso porque, o diagnóstico precoce das doenças é um ponto crucial que faz toda a diferença no momento do tratamento e para as chances de cura. 

Os entrevistados do estudo ainda relataram alguns sintomas urológicos que exigiriam uma ida ao médico. Os índices mostram que 30% deles relatou ter necessidade de ir ao banheiro duas ou mais vezes durante a noite e 20% diz ter problemas de ereção. 

Entretanto, o público masculino muitas vezes não percebe isso como um sintoma. Mas, a disfunção erétil, por exemplo, é um fator de risco cardíaco. Outro ponto é que levantar durante a noite para urinar afeta a qualidade de vida e isso pode aumentar o risco de adoecimento.

Os próprios profissionais de saúde relatam a dificuldade em estimular os homens a mudar suas atitudes com relação à própria saúde. O principal desafio apontado pelos profissionais é fazer com que o público masculino realizem ações preventivas em relação à própria saúde.

Por que eles procuram menos os serviços de saúde?

Vários estudos apontam que a forma como os homens são educados e socializados pode ser um dos primeiros fatores que justificam o fato deles buscarem menos os serviços de saúde para cuidados preventivos. 

Desde pequenos muitos são ensinados que a masculinidade é construída a partir do fato de que o homem não pode demonstrar fragilidades, logo, o cuidado consigo mesmo poderia demonstrar isso. Além disso, alguns têm vergonha ou até medo de procurar um médico e descobrir alguma doença. 

Há também o descuido propriamente dito e colocar outras prioridades à frente dos cuidados com a saúde. Ainda, os homens são mais impacientes e geralmente não gostam de aguardar nas filas para consultas médicas, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Além disso, como os homens são socializados para prover, o fato de descobrir uma doença, depender de cuidados e isso o impedir de trabalhar implica nessa busca por cuidados preventivos, pois eles têm medo de adoecer, não conseguir trabalhar e isso interferir no sustento de toda a família. E outro ponto que envolve trabalho também é observado aqui, pois o horário de funcionamento das unidades de saúde coincide com o horário de trabalho, o que muitas vezes se torna um empecilho para o homem ir a uma consulta, pois perderá um dia de trabalho. 

Como mudar essa realidade

No ano de 2009 foi instituída no Brasil, por meio do SUS, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Pnaish). Essa política tem como diretriz principal a integralidade da atenção à saúde da população masculina. Diante disso, desde então as unidades de saúde têm buscado promover atividades voltadas para esse público. 

Além disso, foi criada também uma cartilha para essa política, onde são sugeridas diversas iniciativas que podem ser adotadas por profissionais de saúde e também pela sociedade em geral como forma de incentivar a mudança no comportamento masculino. 

É fato que existem diversos fatores que interferem e podem dificultar os cuidados preventivos com a saúde. Alguns são a condição socioeconômica, baixa escolaridade e acesso ao atendimento básico. Mas, há algumas medidas possíveis que podem ser tomadas. Confira:

Deixar claro aos homens que a ideia de cuidado é um elemento característico do ser humano, não de um gênero;

Divulgar amplamente para os homens sobre ações de saúde voltadas a eles;

Educá-los, desde criança, sobre a importância do cuidado e seguir o estimulando ao longo da vida para que não seja mantido como atribuição das mulheres;

Investir em ações de inclusão e conscientização dos homens em locais típicos de socialização desse público. Por exemplo: atividades de vacinação na indústria ou palestras em campos de futebol e obras da construção civil;

Motivar os homens a adotar práticas de cuidado e hábitos de vida saudáveis e desconstruir os padrões e estereótipos de gênero;
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