Treino em jejum: mitos, verdades e como avaliar se vale para você
Descubra o que a ciência diz sobre o treino em jejum e saiba como avaliar se essa prática realmente pode trazer benefícios para você.
Você já ouviu alguém dizer que treinar de estômago vazio ajuda a queimar gordura mais rápido? Essa ideia tem ganhado espaço nas academias e nas redes sociais, mas a verdade é que o treino em jejum é uma prática muito mais complexa do que parece.
Embora muitas pessoas acreditem que essa estratégia acelera a perda de gordura, a ciência mostra que o resultado depende de inúmeros fatores, como o tipo de exercício, o horário, o tempo de jejum e até o sexo e o condicionamento de quem pratica.
Entender como o corpo se comporta em jejum é o primeiro passo para decidir se essa é uma boa estratégia para você. Neste artigo, vamos conversar sobre o que realmente acontece quando se treina sem se alimentar, apresentar o que os estudos mais recentes apontam e, finalmente, mostrar como avaliar se essa prática pode ser benéfica para o seu caso.
O que é o treino em jejum
O treino em jejum consiste em realizar atividades físicas após um período de jejum alimentar, normalmente entre 8 e 12 horas, como ocorre após uma noite de sono.
Nesse intervalo, o organismo reduz a liberação de insulina e passa a usar mais gordura como combustível, já que os estoques de glicose estão baixos.
Assim, o corpo adapta seu metabolismo para manter o fornecimento de energia, recorrendo a reservas internas.
No entanto, isso não significa que o treino em jejum seja indicado para todas as pessoas. Ele exige adaptação, planejamento e, sobretudo, bom senso. Pessoas com tendência à hipoglicemia, cansaço excessivo ou problemas metabólicos podem não se beneficiar da prática. Por outro lado, quando bem orientado, o treino em jejum pode favorecer o equilíbrio metabólico e melhorar o aproveitamento de energia, desde que acompanhado de uma alimentação adequada e de descanso suficiente.
O que dizem as pesquisas científicas recentes
Estudos recentes têm explorado os efeitos do treino em jejum sobre a composição corporal, o desempenho e o metabolismo.
Em 2023, uma meta-análise publicada em Sports Medicine concluiu que a prática em jejum aumenta a oxidação de gordura durante o exercício, mas isso não significa maior perda de gordura corporal a longo prazo. Segundo os autores, o balanço energético total ainda é o principal determinante para o emagrecimento.
Além disso, um estudo de 2024, publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition, observou que o treino em jejum pode melhorar a sensibilidade à insulina e a flexibilidade metabólica, o que ajuda o corpo a alternar com mais eficiência entre carboidratos e gorduras como fonte de energia.
Por outro lado, dados da American College of Sports Medicine (2022) indicam que, em treinos intensos ou de longa duração, há tendência à queda de desempenho e aumento da fadiga, especialmente entre pessoas não adaptadas.
Portanto, a conclusão é clara: o treino em jejum não é uma regra universal. Ele pode ser interessante para quem busca melhorar a eficiência metabólica, mas não deve ser visto como uma fórmula de emagrecimento rápido.
Mitos e verdades sobre o treino em jejum
Entre tantos debates e opiniões, é fácil se confundir sobre o que realmente funciona. A seguir, veja o que é mito e o que é verdade segundo a literatura científica.
- “Treinar em jejum queima mais gordura.”
 Verdade parcial. O corpo utiliza mais gordura como combustível imediato, mas o efeito sobre a perda total de gordura corporal é limitado.
- “Treinar em jejum melhora o desempenho físico.”
 Depende. Para treinos leves ou moderados, o rendimento pode se manter estável; contudo, em treinos intensos, há risco de queda de performance.
- “Treino em jejum causa perda muscular.”
 Em alguns casos, sim. Quando a prática é feita de forma excessiva e sem reposição nutricional adequada, pode ocorrer catabolismo muscular.
- “É indicado para qualquer pessoa.”
 Falso. Mulheres em fase fértil, pessoas com hipoglicemia ou com rotina de alta intensidade podem apresentar efeitos adversos.
- “Treinar em jejum acelera o metabolismo.”
 Não exatamente. O jejum estimula adaptações metabólicas, mas o aumento real do metabolismo depende de fatores como massa muscular e consumo calórico total.
Como avaliar se o treino em jejum é para você
Decidir se o treino em jejum combina com o seu corpo exige autoconhecimento e observação. O ideal é começar com atividades leves, como caminhadas, corridas de baixa intensidade ou treinos funcionais curtos, e observar como você se sente durante e após o exercício.
Se houver tontura, fraqueza, irritabilidade ou queda de rendimento, a prática deve ser interrompida.
Além disso, é importante lembrar que o treino em jejum não é indicado para todos os dias da semana. Alternar entre treinos alimentados e em jejum é o melhor caminho para garantir adaptação e evitar sobrecarga.
A hidratação também é essencial, já que a ausência de líquidos durante o jejum pode comprometer a pressão arterial e o desempenho. Após o treino, uma refeição rica em carboidratos complexos e proteínas magras é fundamental para repor energia e favorecer a recuperação muscular.
Em resumo, o treino em jejum pode ser seguro e eficaz desde que seja individualizado, acompanhado por um profissional de saúde e feito com atenção aos sinais do corpo.
Cuidados e boas práticas para quem quer experimentar
A adoção dessa estratégia deve considerar tanto o objetivo do treino quanto o estado nutricional de quem a realiza. É fundamental manter o foco na qualidade da alimentação e no equilíbrio entre treino, descanso e reposição nutricional.
De acordo com a British Journal of Sports Medicine (2024), pessoas que mantêm um plano alimentar rico em vitaminas, minerais e proteínas conseguem adaptar-se melhor ao treino em jejum, com menor risco de fadiga e melhor aproveitamento energético.
Além disso, o corpo precisa de tempo para se adaptar. A prática deve ser introduzida de forma gradual e monitorada, respeitando as limitações individuais e evitando excessos. Assim, é possível obter benefícios sem comprometer o rendimento ou a saúde metabólica.
Você pode gostar de ler o artigo: Caminhada e corrida: por onde começar e como evoluir?
Conclusão
O treino em jejum é uma ferramenta interessante, mas que deve ser usada com cautela e consciência.
Ele pode favorecer a utilização de gordura como combustível e melhorar a resposta metabólica, mas não substitui uma alimentação equilibrada, o descanso e a regularidade dos treinos.
Mais importante do que treinar de estômago vazio é manter uma rotina que proporcione energia, recuperação e equilíbrio.
Quando o corpo está nutrido e bem preparado, ele responde melhor — seja no treino, no trabalho ou na vida.
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Leia também: Treino funcional: corpo ativo, ágil e resistente em qualquer idade
Referências científicas
- Brown MA et al. Effects of fasted vs fed exercise on fat metabolism. J Int Soc Sports Nutr. 2024.
- Stannard SR et al. Morning fasted exercise improves insulin sensitivity. Med Sci Sports Exerc. 2022.
- Puglisi MJ et al. Nutrient timing and exercise metabolism. Nutrients. 2023.
- Horowitz JF. Exercise and insulin sensitivity: a review. Sports Medicine. 2023.
Os conteúdos publicados no Blog da ClinicMais têm caráter exclusivamente informativo e não substituem, em hipótese alguma, a orientação, diagnóstico ou tratamento médico. Nosso objetivo é promover conhecimento sobre saúde, bem-estar e suplementação com base em fontes confiáveis, mas cada organismo é único e requer avaliação profissional individualizada. Em caso de dúvidas sobre sua saúde ou uso de suplementos, procure sempre um médico ou nutricionista de confiança. Nunca interrompa ou adie tratamentos com base em informações obtidas aqui.
Kassiane de Moura
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